Em ´Vidas Secas´, o autor se mostra mais humano, sentimental e compreensivo, acompanhando o pobre vaqueiro Fabiano e sua família com simpatia e uma compaixão indisfarçáveis. Além de ser o mais humano e comovente dos livros de ficção de Graciliano Ramos, ´Vida Secas´ é o que contém maior sentimento da terra nordestina, daquela parte que é áspera, dura e cruel, sem deixar de ser amada pelos que a ela estão ligados teluricamente. O que impulsiona os seres desta novela, o que lhes marca a fisionomia e os caracteres, é o fenômeno da seca. ´Vida Secas´ representa ainda uma evolução na obra de Graciliano Ramos quanto ao estilo e à qualidade estritamente literária. Esta nova Edição teve como base a 2ª Edição do Romance, com as últimas correções feitas por Graciliano Ramos. Os originais estão no Fundo Graciliano Ramos, Arquivo do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo. Este projeto de reedição da obra de Graciliano Ramos é supervisionado por Wander Melo Miranda, professor titular de Teoria da Literatura da Universidade Federal de Minas Gerais...
São Bernardo é o relato seco e sem floreios da vida de um homem duro, ambicioso, que age a fala sem rodeios. Graciliano Ramos faz o personagem Paulo Honório botar no papel suas memórias e, assim, acertar as contas com sua própria história. Num relato em primeira pessoa, Paulo expõe, sem máscaras, sua ambição desmedida, sua prepotência e violência e o ciúme doentio que sentia pela mulher, Madalena. Tão doentio que a acua e a leva ao suicídio. "Se me vejo no espelho, a dureza da boca e a dureza dos olhos me descontentam", escreve Paulo Honório em certo momento, sozinho na fazenda São Bernardo, que conquistou passando por cima de muita gente. Escrito em 1934, este livro sobre a solidão de um homem rude é um clássico de um dos maiores escritores brasileiros, criador de uma obra que inclui "Vidas secas" e "Memórias do cárcere". "São Bernardo" foi adaptado para o cinema em 1973, por Leon Hirszman, com Othon Bastos no papel de Paulo Honório.
Marco do romance moderno brasileiro, "Angústia" é a expressão máxima do embate, entre a subjetividade do escritor e a realidade objetiva é sempre opressora, que se revela na figura de um pequeno funcionário e sua consciência de condenado à mediocridade.
Marco do romance moderno brasileiro, "Angústia" é a expressão máxima do embate, entre a subjetividade do escritor e a realidade objetiva é sempre opressora, que se revela na figura de um pequeno funcionário e sua consciência de condenado à mediocridade.